DULCE CRITELLI - dulcecritelli@exisentia-br.com
- em outras idéias sob o título Com os pés do silêncio, publicadas na
contra-capa do caderno equilíbrio do jornal Folha
de S. Paulo de 14.11.2002, oferece elementos para reflexão filosófica, ao
evidenciar o que faz a diferença entre o "cair a ficha", o "insight",
a "intuição", e a mera repetição de conhecimentos já produzidos.
Tudo isso porque a Filosofia, ao contrário das Ciências, questiona as
bases do próprio conhecimento - inclusive o científico - promovendo assim o avanço das
próprias Ciências. Nesse sentido temos a Filosofia do Direito, a Filosofia da
Matemática, a Filosofia da Biologia, a Filosofia da Medicina, etc., tudo a partir do
"espanto", do "cair a ficha"...
De volta ao artigo, vale destacar os seguintes parágrafos finais, in
verbis:
"(....)
Esse espanto é um lugar de silêncio. Só o silêncio possibilita o
desvelamento do que quer se mostrar para nós. O silêncio é uma clareira, uma luz sob a
qual se pode refletir aquilo que antes vivia nas trevas. O espanto, o silêncio e a luz se
unem para refletir (daí a reflexão) o que e como as coisas são. Só depois é que
sentiremos a necessidade de sair do silêncio. De ir em busca de palavras para exprimir e
comunicar nossa descoberta, palavras que a guardem e a protejam do esquecimento. Como
nossa cultura ocidental valoriza não a reflexão, mas a ação; como ela autentica não o
recolhimento, mas a atividade produtiva, é sempre muito difícil entender o que é parar
de raciocinar para refletir. É difícil tanto entender o que é esse silêncio quanto
silenciar. Não temos, como os orientais, um ritual culturalmente desenvolvido para nos
levar ao silêncio, como a meditação. Temos de nadar contra a maré.
Mas o primeiro passo pode ser dado. Trata-se de desmistificar a crença
de que só o pensamento produtivo vale alguma coisa. Trata-se de acreditar, como
Heidegger, que ‘...os grandes pensamentos sempre chegam com os pés do
silêncio’."
Agora ficou mais simples entender o que este Cidadão Candidato à
Filósofo quer dizer quando expressa algo como...
...‘... e agora mister expressar em linguagem humana
algo que estava em pensamento faz várias voltas terrestres-solares...’....
pois várias vezes os universos de discursos que este Advogado elabora
para defesa coletiva de Você Cidadania não contam com as palavras necessárias ou quando
existentes não são de domínio geral dos(as) Operadores(as) do Direito (p. ex. Lógica
Paraconsistente).
Filosoficamente,
Carlos Perin Filho