Reflexões sobre o debutar debutante
em marítima companhia de Você Cidadania

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O recente hipnotizante desfile débuter de GISELE BÜNDCHEN na São Paulo Fashion Week inspira este Mitológico Cidadão Candidato à Filósofo a convidar Você Debutante Cidadania a refletir sobre seu fashion status civitatis, a partir da vernácula questão, in verbis de NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA:

"Debutante, debutar - Conquanto débuter tenha em francês significações diversas, em português adquiriu um sentido especial que lhe torna difícil a extirpação do nosso vocabulário. Enquanto deva a palavra na simples acepção de estrear ser desprezada (Romancistas houve que a usaram com essa sentido, mas eles foram os maiores introdutores de galicismos no idioma.), já o mesmo não podemos dizer quando empregada com o sentido especial de ‘introduzir-se uma mocinha na vida social’, donde a forma substantivada debutante, para indicar a ‘mocinha que é introduzida na vida social’." (In: DICIONÁRIO DE QUESTÕES VERNÁCULAS, 2ª ed. ver. e aum. - São Paulo: LCTE, 1994, p. 137)

Claro e preciso NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA, pois aquele sentido especial que lhe torna difícil a extirpação do nosso vocabulário está intimamente relacionado à consciência mítica de Você Cidadania, conforme filosoficamente introduzem MARIA LÚCIA DE ARRUDA ARANHA e MARIA HELENA PIRES MARTINS, in verbis:

"(....)

O comportamento do homem também é permeado de ‘rituais’, mesmo que secularizados: as comemorações de nascimentos, casamentos, aniversários, os festejos de ano-novo, as festas de formatura, de debutantes, trote de calouros, lambram verdadeiros ritos de passagem.

Até as mais racionais adesões a partidos políticos e a correntes de pensamento supõem esse pano de fundo, não-justificado e injustificável, em que o homem se move em direção a um valor que o apaixona e que só posteriormente busca explicitar pela razão.

Mito e razão se complementam mutuamente.

No entanto, o mito, recuperado no cotidiano do homem contemporâneo, não se apresenta com a abrangência que se fazia sentir no homem primitivo. O nascimento da reflexão permite a rejeição dos mitos prejudiciais ao homem. O exercício da crítica racional faz a diferenciação deles, legitimando alguns e negando outros que levam à desumanização.

Para Gusdorf, ‘o mito propõe todos os valores, puros e impuros. Não é da sua atribuição autorizar tudo o que sugere. Nossa época conheceu o horror do desencadeamento dos mitos do poder e da raça, quando seu fascínio se exercia sem controle. A sabedoria é um equilíbrio. O mito propõe, mas cabe à consciência dispor. E foi talvez porque um racionalismo estreito demais fazia profissão de desprezar os mitos, que estes, deixados sem controle, tornaram-se loucos"(6)

(6) G. Gusdorf, Mito e metafísica, p. 308" (In: FILOSOFANDO - INTRODUÇÃO À FILOSOFIA - www.moderna.com.br - p. 59, negrito meu)

Nesse ritual de passagem de Você Debutante Cidadania, por favor não se esqueça de tomar leite, que é gostoso, barato e saudável para seu tecido social - individual e/ou coletivo - de passagem pela REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, pois como sugeriu Gusdorf, a lembrar aquela música popular...:

"Ahhh, Eu tô maluco!;-)

Ahhh, Eu tô maluco!;-)"

Mitologicamente,

 

Carlos Perin Filho


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