A Sociologia como Teoria Crítica para Você Cidadania

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ANTHONY GIDDENS, ao concluir SOCIOLOGIA - UMA BREVE PORÉM CRÍTICA INTRODUÇÃO (Rio de Janeiro: Zahar, 1984), defende um novo posicionamento epistemológico da disciplina, na tradução de ALBERTO OLIVA e LUIS ALBERTO CERQUEIRA, in verbis:

"Neste livro, procurei apresentar ao leitor uma concepção de sociologia diferente dos modos de pensar que, por um longo período, têm sido dominantes nesse assunto. Aqueles que quiseram moldar a sociologia com base nas ciências naturais, esperando descobrir leis universais de conduta social, tenderam a separar a sociologia da história. Rompendo com tais concepções, temos de ir além do que simplesmente afirmar que a sociologia e a história - ou, mais precisamente, as ciências sociais e a história - são indistinguíveis, ainda que tal alegação possa parecer provocativa. Temos de compreender como se faz a história através dos envolvimentos e lutas dos seres humanos, e, ao mesmo tempo, que também a história forma esses seres humanos e produz conseqüências nem sempre pretendidas ou previstas. Como base teórica para as ciências sociais, nada é mais vital numa era em suspenso entre a oportunidade extraordinária e a catástrofe global.

(....)"

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, em artigo sob o título Que pacto fazer?, publicado no jornal O ESTADO DE S. PAULO de 04.05.2003, p. A-2, lembra a conclusão supra, oferecendo uma crítica social para a memória dos(as) Vencedores(as) de Guerras que mecanicamente ensinam a sua História, com destaque para os parágrafos finais, in verbis:

"(....)

A Carta da ONU, ao mesmo tempo em que reconhece os Estados nacionais como seus fundadores, faz referências aos direitos humanos. Nas últimas décadas, a essa questão se acrescentaram as causas ecológicas, a luta pela igualdade (racial, de gênero, etc.) e outros temas que ultrapassam as fronteiras nacionais. É a partir da juridicidade crescente dessas demandas que se podem firmar as bases de organizações internacionais com poder coercitivo para fazer respeitar os ‘direitos cosmopolitas’.

Confundir esse tipo de ação com guerras para impor formas específicas de organização política constitui um retrocesso grave na construção de um mundo ‘das civilizações’ (e não simplesmente ‘civilizado’), que busque a paz e imponha o respeito aos direitos da humanidade, numa verdadeira construção democrática da cidadania planetária."

ANTHONY GIDDENS, em entrevista com ÉRICA FRAGA, no jornal Folha de S. Paulo de 0505.2003, p. A-12, relembra sua conclusão ao responder a seguinte pergunta, in verbis:

"(....)

Folha - E a esquerda? Ainda precisa mudar muito?

Giddens - Acho que a estrutura completa do pensamento sobre governos, mercados e negócios tem mudado. Acho que isso está acontecendo, em certa medida, ao redor do mundo. E acho que a centro-esquerda deveria adotar uma postura muito mais positiva em relação a essas questões. Muito do pensamento de esquerda tem sido dominado por um tipo de reação ao Consenso de Washington e ao que podemos chamar de modelo do mercado de negócios norte-americano. Acredito que podemos adotar uma atitude mais positiva em relação a essas coisas.

É verdade que qualquer economia bem-sucedida envolve a participação do Estado. A questão não é se o Estado deve ou não estar envolvido, mas a natureza desse envolvimento. Acho que necessitamos de uma ‘quarta via’ hoje, porque precisamos de uma versão mais afirmativa do pensamento de centro-esquerda. E não só uma postura reativa.

(....)"

Claros e precisos FERNANDO HENRIQUE CARDOSO e ANTHONY GIDDENS, pois nas histórias da História o fato político-social do passado é um subconjunto do universo do discurso presente, que por sua vez é outro subconjunto do universo do discurso futuro. Nesse contexto a dialética da tese com a antítese, a resultar na síntese, opera em Lógica Paraconsistente (admite a contradição sem resultar em trivialidade), na razão dos valores culturais disponíveis [pensar na eventual censura do(a) Vencedor(a)...].

Esta é a importância de compreender como se faz a história através dos envolvimentos e lutas dos seres humanos, e, ao mesmo tempo, que também a história forma esses seres humanos e produz conseqüências nem sempre pretendidas ou previstas.

Sociologicamente,

 

Carlos Perin Filho

E.T.:

By GIDDENS, cf. The Future of Social Science - www.fathom.com -


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