Petição na Ação Popular
do Apagão Aeronáutico

 

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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) Federal da 24ª Vara Federal da Justiça Federal de São Paulo

(JFSP 16/03/2007.000069144-1)

 

Autos nº 2006.61.00.026806-1
Ação Popular
Substituto Processual: CARLOS PERIN FILHO
Réus: UNIÃO FEDERAL e Ots.

 

CARLOS PERIN FILHO, residente na Internet, em www.carlosperinfilho.net  (sinta-se livre para navegar), nos autos da actio popularis supra epigrafada, venho, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, expor e requerer o que segue:

Na revista AERO MAGAZINE nº 153 (nesta juntada) RICARDO KAUFFMAN entrevistou o professor CLÁUDIO JORGE (graduado pelo ITA, mestrado e doutorado pela USP e pós-doutorado por Toulouse, que recentemente publicou estudo sob o título Um preocupante prognóstico para a rede aeroportuária brasileira), com destaque para as seguintes perguntas e respostas, in verbis:

“(....) AERO - Como o senhor analisa o chamado apagão aéreo?

CLÁUDIO JORGE - Na minha opinião, o problema que foi desencadeado pelo acidente com o Legacy e o Boeing da Gol, e depois pelos problemas decorrentes no controle do tráfego aéreo, ocorreria de qualquer maneira. O setor está convivendo com crescimento do movimento da ordem de 15% há quatro anos, o que supera qualquer cenário positivo. Isso implica em uma saturação em todos os eixos do sistema. Para enfrentar isso é preciso que se elabore uma avaliação integrada do sistema, com soluções integrais. E que se façam investimentos importantes, em todas as áreas. Caso contrário, o preço a se pagar será muito mais alto, a médio prazo.

(....) AERO - Diante de tantas dificuldades, que soluções o senhor enxerga?

CLÁUDIO JORGE - Vejo, exatamente, a necessidade de planificar a malha aeroportuária brasileira de uma forma global. As decisões não podem ser tomadas levando-se em conta questões pontuais e regionais. Não se pode construir um aeroporto a partir da demanda de uma determinada região de atrair turistas ou escoar suas exportações. Precisamos reunir uma gama grande de autoridades e representantes da sociedade que vão traçar todas as necessidades turísticas, de desenvolvimento regional, logísticas, de desconcentração do tráfego e projetá-las para os próximos trinta anos. Esse trabalho é denominado Plano Diretor, que guiaria a distribuição dos investimentos nos aeroportos.

(....) AERO - A idéia de um Plano Diretor para os aeroportos brasileiros já foi levada à ANAC?

CLÁUDIO JORGE - Sim. A Sociedade Brasileira de Transporte Aéreo (SBTA), que reúne universidades e outras entidades que pensam os aeroportos no País, da qual faço parte, já encaminhou à ANAC esta demanda a título de sugestão e aguarda uma resposta. A Agência é o órgão que tem os poderes e a responsabilidade de lançar mão deste tipo de iniciativa. Esta idéia tem o apoio de muitos engenheiros que trabalham com aeroportos, inclusive da Infraero. Este pode ser um caminho real para eliminarmos o gargalo dos aeroportos, um obstáculo importante ao crescimento do País.”

Na mesma revista, a história do Brigadeiro CASIMIRO MONTENEGRO FILHO é contada por ERNESTO KLOTZEL, com destaque para o ‘plano diretor’ que criou o CAN, CTA, ITA, EMBRAER...

Do exposto na entrevista, requeiro a abertura de vista ao MINISTÉRIO PÚBLICO, para o devido processo legal.

São Paulo, 15 de março de 2007

 

 

Carlos Perin Filho
OAB-SP 109.649

 


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