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Os eventos relacionados à Ação Popular da Linha Amarela do Metrô recordam este experimental Cidadão de uma "viagem feita ao centro da Terra" no século passado, por ocasião da construção do túnel que passa por baixo do rio Pinheiros, ligando o Morumbi ao Itaim, na zona oeste de uma das maiores cidades do hemisfério sul do planeta Terra...

Salvo engano de memória (pouco provável...!;-) a representação dramática era nomeada "Viagem ao Centro da Terra" e alegoricamente, S.M.J., representava a física e natural origem da Terra no sistema solar, o início físico e natural da espécie humana na Terra e a evolução cultural experimentada por este Cidadão e por Vocês Cidadanias...

A experiência da performance teatral multimidia interativa era mais ou menos a seguinte:

Em grupo de quinze pessoas, aproximadamente, de botas e capacetes de segurança como os equipamentos individuais de proteção no trabalho usados pelos(as) Operários(as) do Metrô, entravamos em um ônibus forrado de cortinas negras que nos impedia de avistar o mundo externo... estávamos simbolicamente no útero da mamãe, próximos ao nascimento... ou em uma espaçonave a caminho da Terra...

Em uma espécie de consentido "seqüestro emocional coletivo", éramos conduzidos neste ônibus até a margem direita do rio Pinheiros onde, via elevador da obra, mergulhávamos na terra sob o rio - o "palco" - um imenso túnel, escuro e molhado, ligando as duas margens... nascemos, isnif, isnif, buá, buá!;-)

Agora, em fila indiana e quase sempre segurando uma redundante corda-guia de segurança, caminhamos em lama, água, pedras, areias, retalhos de panos, plásticos, vegetais, ao lado e entre os(as) Artistas e objetos teatrais, em uma performática, experimental, interativa e dramática fusão de sujeitos e/ou objetos, provavelmente semelhante aos primórdios da humana existência naquele planeta, nos quais nos desconhecíamos enquanto sujeitos e/ou objetos (de direitos da infância e juventude, individuais e/ou coletivos, das idades superiores?)...

Vocês Cidadanias acompanharam este Cidadão naquela viagem...

Sim!

Vocês Cidadanias acompanharam este Cidadão representadas nas imagens e/ou sons psicoativos transmitidos por aparelhos de TV instalados ao longo do túnel, ligando a margem direita à margem esquerda...

Chegamos assim ao outro lado do túnel, após a volta daquela viagem ao centro da Terra. É possível reconhecer evolutivamente o que é objeto e/ou quem é sujeito, inclusive de direitos, individuais e/ou coletivos, para este Cidadão e para Vocês Cidadanias.

Jusdramaticamente,

Carlos Perin Filho

E.T. Zumbi:

I) Quantas pessoas são atendidas em transporte individual, em média a cada volta terrestre-solar, por aquele túnel?

II) Quantas pessoas seriam atendidas em transporte coletivo, em média a cada volta terrestre-solar por aquele túnel, se o Metrô nele funcionasse?

III) Este Cidadão - e provavelmente grande parte da Cidadania na zona oeste - gostaria de ter a opção de usar o Metrô e deixar o veículo (carro ou moto) parado na garagem, pois evolutivamente é racional para uma das maiores cidades do planeta Terra que seus civilizados(as) habitantes usem o transporte coletivo, sem confundir nosso objeto de desejo (carros, motos, aviões, helicópteros, barcos, Timão, votos nas urnas eletrônicas, etc.) com nós mesmos(as), sob pena de no todo ou em parte, individual e/ou coletivamente, vagarmos fantasmagoricamente em desejos ao "vestir a carapuça" de "zumbi", nos termos oportuna e sociologicamente criticados pela cinematográfica über vizinha (Folha de S. Paulo, 19.01.2007, p. E-6)...

IV) "Zumbi, s.m. 1. Chefe do quilombo dos Palmares, na fase final deste. 2. Fantasma que vaga pela noite morta. 3. Indivíduo que só sai à noite. 4. Lugar ermo do sertão. Sin.: zambi."

(In: DICIONÁRIO MELHORAMENTOS DA LÍNGUA PORTUGUESA, São Paulo: Melhoramentos, 1977, p. 990)

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